
Se a professora de história judaica, a cada aula, passava o dever de casa a limpo questionando os alunos sobre as perguntas, eu me afundava na carteira e me escondia atrás da cabeça à minha frente. Pois que nunca fui das mais falantes e as dúvidas, inevitavelmente, eu as engolia uma a uma, um não ousar freqüente, um insistir em não levantar o braço pelo pavor de uma possível humilhação. Para não errar era melhor manter o silêncio.
Um grande erro de nossos professores, em não incentivar a fala, a plena participação do estudante em sala de aula. Sucitar a discussão e o exercício do pensar é essencial para o aprendizado. Aonde está a didática, peloamordedeus? Os jovens profissionais, frequentemente, saem das academias sem nunca terem se dado ao trabalho de desenvolver um padrão de aprendizagem condizente com o raciocínio e a reflexão.
O meu padrão desde a infância foi o calar, carrego comigo até hoje. Sei que um dia serei, em algum momento e por algum motivo especial, professora de alguém e certamente aprenderei a não subestimar os meus alunos.
Eu queria ter tido um professor tão foda como o Robin Williams de Sociedade dos poetas, alguém que soprasse a poeira longe de nossos cérebros atrofiados. Alguém que subisse em mesas, que falasse a nossa língua e, de fato, nos escutasse. Alguém que fizesse loucuras para despertar o que há de mais importante no aluno: o interesse.
No entanto, minha trajetória escolar foi marcada por pequenas humilhações que fizeram, à época, a minha pequena alma soluçar. Um jovem nunca é menos que seus mestres...
Um comentário:
Tem certeza que não somos a mesma pessoa??? hahaha Tem vezes que leio os seu posts e fico chocada em como somos parecidas, querida amiga... hahaha Sou simplesmente apaixonada por "Sociedade dos Poetas Mortos" e essa é a imagem de um grande mestre pra mim, como vc mesmo disse aquele que nunca é mais do que seus jovens alunos... maravilhoso!
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