Adeus aos impossíveis

Sim, Nalu, estamos sempre em busca de momentos incríveis mesmo, com toques de um super romantismo surpreendente. Eu me tomo como exemplo, durante anos almejei os amores impossíveis, perfeitos, arrebatadores, como nos filmes...uma seletividade que só empacou a minha vida. Eu busquei no outro um ideal tolo, uma fantasia tosca, porque não me dei conta do essencial: é preciso permitir-se conhecer as pessoas. Paixão à primeira vista não existe, o que existe é uma admiração que descamba na paixão e, quiçá, no amor, mas essa admiração tem que ser uma constante e, principalmente, uma crescente, já que ela só é possível quando você, de fato, olha para o outro e percebe, paulatinamente, o que nele te é mais caro. Pois é, agora me dou conta que perdi um bocado de tempo quando não me permiti olhar os vários outros que passaram pela minha vida e eu virei a cara desdenhosamente. Porque eram os impossíveis qe me atraíam terrivelmente. E agora anseio por qualquer toque que me faça estremecer. Me entrego à idéia de que viver é infinitamente melhor que sonhar e assistir o amor através da tela de uma sala de cinema não me interessa mais...eu quero mais é me permitir, mesmo que dê em muito pouco ou quase nada...