3.5.07

Eu quero o que a alma deseja...

Ainda sem acesso fácil à internet. Não tenho podido mexer no blog, daí a total ausência de posts nas últimas semanas...também não tenho respondido os comments, me perdoem as meninas blogueiras que sempre comentam...mas leio todos os comentários e fico felicíssima quando percebo que almas caridosas não abandonaram de vez esse espaço.
............................................

Às pessoas que entram aqui, por favor, me digam: como foi que decidiram suas vidas?

Não costumo fazer planos para mais de um ano, mas essa semana me bateu uma certa e ligeira angústia: o que estou fazendo da minha vida?! Como sempre, sempre e sempre, volta e meia essa questão me põe em estado de grande confusão. Já não sou tão jovem, já não tenho toda a juventude para inúmeras tentativas...não quero ser fatalista, mas abdicamos de inúmeras possibilidades quando escolhemos uma ou outra direção na vida, correto? Faz parte...é preciso decidir, e com isso, escolher.

Ás vezes nós conduzimos nossas vidas por caminhos que nunca antes imaginamos...lembrei de As Confissões de Schmidt, em que um certo Walter Schmidt (Jack Nicholson), aos sessenta e seis anos, percebe não ter cumprido o papel que imaginou para si quando jovem, não vislumbra a sua história de vida como reflexo dos anseios de juventude.

Não tenho pavor dos fios brancos espalhados pela minha vasta cabeleira marrom. Não tenho medo de fazer aniversário a cada ano. Tenho sim, uma profunda paúra de descobrir, um dia, que não vivi. Preciso pensar que, aos sessenta, me recordarei risonhamente de um passado pleno. A máxima "As escolhas que fazemos nos fazem" parece óbvia, mas de tão verdadeira parece que nos esquecemos do que é realmente feita a vida: escolhas e renúncias.

Me resta a suave dor de acenar adeus às coisas que nunca farei. Mas esse é um mal das pessoas com muitos, inúmeros interesses, como eu. Pensei em todas as possibilidades, e tão distintas que nem ouso mencioná-las a fim de não parecer bobinha aos leitores do blog. A idade não é impedimento para uma porção de atividades, não me entendam mal...mas o é para uma série de outras. Além disso, com o passar dos anos e com as dificuldades que se somam é mais garantido não retroceder, não jogar tudo para o alto, ousar menos, arriscar menos...quando se tem filhos, família, contas a pagar, um emprego estável. Ou quando lhe falta ânimo.

Aos leitores do blog, devo dizer que a pergunta inicial soa estranha, já que estamos todos constantemente decidindo nossas vidas...a cada instante. Talvez seja mais jogo indagar se vocês estão satisfeitos com o que fizeram por todo esse tempo e, se não, o que os impede de virar a mesa...

P.s. As Confissões de Schmidt me surpreendeu, aliás só assisti na tv porque não havia nada de melhor. Vale a pena, pessoal. É de uma delicadeza...para sacar mais sobre a película confere aqui.




3 comentários:

Carlinha Salgueiro disse...

Fiquei com vontade de ver o filme - ando tão por fora no quesito, que nem sabia da existência dele.
Eu me identifico com você em muitos pontos, dentre eles, ao questionar já justificar as prováveis respostas alheias...
Mas entendo o que quis dizer, é uma coisa que talvez ninguém nunca consiga, porque existe a renúncia, e a oportunidade perdida, passada, ou deixada de lado por outra melhor, nunca mais será a mesma, porque o tempo não volta.
Isto é o que angustia.
Consolo? É que isto é inerente ao ser humano, e vamos tentando da melhor forma possível: intuição, inteligência, experiências, ou tudo junto, conseguir o melhor para nossa vida valer a pena - não importando a escolha.
Me lembrou de um livro, da filha do Sidney Sheldon, que eu li este ano, chamado Reflexo, não trás conclusão alguma, mas a história contada mostra as possíveis vidas de uma mulher se tivesse sido criada pelo pai, ou pela mãe desde a separação do casal.
Interessante, capítulos intercalados de uma vida nas duas situações. Se não resolve, pelo menos nos faz vivenciar o como seria...
Beijos!

Eddie disse...

Tens razão, Carlinha. Muitas vezes tendemos a super valorizar situações que queríamos ter vivido, sem ao menos termos a certeza de que, de fato, se efetivariam. Porque certeza mesmo nunca teremos acerca do que não vivemos. O tempo não volta e imaginar não é viver.

Ps. e o livro é bom mesmo?

Bjs...

Carlinha Salgueiro disse...

Eu gostei... Não foi o melhor que li em minha vida, porém seu post me fez lembrar dele.
Mas, sou suspeita, não tenho sou nenhum exemplo de cultura literária. Apenas amo ler...
Não importa se é bula de remédios, blogs ou livros.