Dá para evitar uma grande cena, dá para evitar uma discussão. Você não está impossibilitado de engolir cobras e lagartos e ficar quieto, sempre há uma maneira de não levantar a voz. Se você não se importa realmente, mesmo o fato lhe sendo prejudicial de alguma forma...se você, com toda a verdade que lhe cabe, afirma não ter sido abalado, bom, então, tudo bem. E parabéns, evitou um aborrecimento.
Hoje, mais uma vez, escolhi não evitar um acesso de fúria (branda). Até podia. Sabe, aqueles cinco segundos que uma pessoa prudente possui antes de agir impensadamente? Eu os usei e ponderei, juro. Dá para evitar, mas escolhi não.
E saí da fila embasbacada com a frieza com que esses caras de agências bancárias costumam nos tratar, meio que irada, levantando a voz de indignação. Existe uma lei. O cliente não deve passar mais de vinte minutos em fila de banco, essa é a lei. A maioria das agências não cumpre a lei e está solenemente cagando para ela, assim como todos nós quando nos calamos resignados.
Pois bem, depois de cinquenta minutos em pé (evitei até o último instante reclamar com algum responsável pelo banco), uma atendente do caixa simplesmente exclama, de trás do balcão, para a longa fila, algo assim: para quem veio comprar o cartão do ônibus, ele acabou.
Eu era a quinta da fila. Estava ali para comprar o RioCard. Cinco segundos. Pondero.
- Mas isso não está certo (minha voz levemente alterada), eu tô aqui há cinquenta minutos...(ao que a atendente dá de ombros. Acabou. Você pode falar com o gerente, ela diz e volta a atender).
Tanto descaso. Para quem não conhece a agência do Unibanco da rua Marquês de Abrantes no bairro do Flamengo, repito, agência do Unibanco próxima ao metrô do Flamengo, é um banco de considerável tamanho. O atendimento é de baixa qualidade, como se estivessem a te fazer um favor ao te atender. Não resisti, pûs-me a bradar pela agência: aonde está o gerente?...Havia uns dois gerentes na agência, ambos escolheram me ignorar.
- Quem é que responde por esse maldito banco? (pelo visto ninguém. minh voz altamente alterada).
- Isso não está certo, minha gente. Não se pode ficar cinquenta minutos numa fila de banco e quando chega a minha vez, não tem o maldito cartão! (mais ou menos isso, só que repetidamente, sem palavrões - porque sou moça fina, rs - e sem esquecer de mencionar a maldita lei)...Olhei para a cara da fulaninha, sentada confortavelmente atrás de uma mesa e gritei: seus empregados de merda.
Umas duas moças da fila vieram prestar solidariedade, eu já ia saindo da agência, quando uma delas me interceptou, dizendo para não sair dali antes de resolver o impasse...simpáticas moças...a fulaninha atrás da mesa, assim que as viu comigo, logo veio ao meu encontro para "me ajudar". Que ironia, novamente me prestando um favor...e ainda teve o displante de perguntar se eu havia checado antes de entrar na fila se havia disponibilidade de cartão (me culpando, vejam só, não existe essa norma para se comprar o tal do cartão, eu cheguei num dos seguranças e perguntei onde adquiria o card e ele simplesmente disse para comprar no caixa), falei para ela que da próxima vez que entrasse naquela agência exigiria uma senha, como manda a lei. O Unibanco não emite senha, ela disse. Simplesmente assim.
Se nos sujeitarmos, tanto melhor para todos?
8.9.06
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Um comentário:
Nada demais, ficou combinado que eu buscaria o card na segunda pela manhã sem entrar em fila...veremos...bjs
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