13.7.08

Um sopro


Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que quero me suprime
De que por não saber 'Ainda não quis'
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Sol que me cega
O que me faz infeliz
É o brilho do olhar
Que não sofri.

Abel Silva


Semana infernal. Dói menos a falta do que a certeza das coisas todas que perdi ao longo dos anos em que me mantive reclusa por medo. Medo. E a vida é um sopro. Há tanto para viver. Dói, pessoal. A rejeição, o ego ferido, as possibilidades desfeitas...dói. A certeza de que vivi pouco, de que me entreguei pouco.

Você se pega imaginando o que teria sido se tivesse escolhido caminhos diferentes, se tivesse tido a coragem de viver a vida que deseja. Se eu não fosse tão preguiçosa, se... Esse e se é infernal, não há como voltar atrás, correto? Pode-se, no entanto, procurar ser a pessoa que se quer ser daqui para frente. É um privilégio estar vivo, não? Eu sei que passa, tudo passa. Devemos procurar fazer o melhor de nosso tempo...porque a vida é um sopro.

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